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21 de novembro de 2016

Partos vaginais crescem 76% com projeto Parto Adequado

???????????????????????????????O crescente número de partos cesáreos , especialmente na rede privada de saúde, pode ser contida e, mais que isso, revertida, segundo a Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS). As medidas implementadas pelo grupo de hospitais que participam do Projeto Parto Adequado aumentaram significativamente a taxa de partos vaginais e promoveram melhorias importantes em indicadores de saúde das gestantes e recém-nascidos assistidos. O balanço com os resultados do projeto foi apresentado na última quinta-feira (17/11), em São Paulo, pela Agência Reguladora, no Hospital Israelita Albert Einstein e Institute for Healthcare Improvement (IHI). Devido ao sucesso alcançado, a iniciativa será agora expandida para mais 150 hospitais.

A taxa de partos vaginais nos 26 hospitais que fazem parte do grupo piloto, ou seja, que participaram de todas as estratégias adotadas, cresceu em média 76% – 16 pontos percentuais – saindo de 21% em 2014 para 37% ao final do projeto, em 2016. Se considerarmos todos os 35 hospitais que participaram da iniciativa (incluindo os hospitais seguidores e colaboradores), o crescimento médio da taxa de partos vaginais foi de 43% – mais de dez pontos percentuais – passando de 23,8% para 34%. Nove hospitais conseguiram atingir ou superar individualmente a meta de 40% de partos vaginais. Em 18 meses, mais de dez mil cesáreas sem indicação clínica foram evitadas.

Também houve grandes avanços na melhoria de outros indicadores de saúde: quatorze dos 35 hospitais reduziram as admissões em UTI neonatal: de 86 internações por mil nascidos vivos para 69 internações por mil nascidos vivos. E nove hospitais reduziram as admissões em UTI neonatal para bebês acima de 2,5 kg: de 44,5 internações por mil nascidos vivos para 35 internações por mil nascidos vivos. Ao todo, foram evitadas cerca de 400 admissões em UTI neonatal.

O Projeto Parto Adequado mostrou-se também uma iniciativa segura, pois não houve aumento de complicações decorrentes do parto – como morte materna, sequela e asfixia fetal, entre outros eventos adversos – no conjunto dos hospitais que desenvolveram as medidas. Em três instituições houve redução desse tipo de complicação: de 73 eventos adversos por 1000 nascidos vivos para 31 eventos adversos por 1000 nascidos vivos, uma redução de 57%.

“Chegamos ao fim do projeto-piloto extremamente satisfeitos com os resultados alcançados. Nunca houve um sucesso tão grande em medidas para reduzir cesáreas”, comemora a diretora de Desenvolvimento Setorial da ANS, Martha Oliveira. “As mudanças implementadas pelos hospitais fizeram aumentar de forma segura o percentual de partos vaginais, dando mais confiança e proporcionando um atendimento de mais qualidade às gestantes. Não apenas conseguimos evitar cesáreas desnecessárias, mas começamos a, de fato, promover uma mudança cultural que, acreditamos, será irreversível e essencial para a melhoria do sistema de saúde”, avalia.

A diretora destaca que o Projeto despertou o interesse internacional da Organização Mundial da Saúde (OMS) e da Fundação Bill e Melinda Gates, que irá financiar pesquisa coordenada pela Escola Nacional de Saúde Pública da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) para aprofundar a avaliação da intervenção.

“O Projeto Parto Adequado possibilitou uma série de mudanças de infraestrutura e de operação nos hospitais participantes, mas também uma mudança cultural em toda a sociedade. Uma mudança faz parte da outra. Ter mais enfermeiras participando e uma nova forma de compreender a assistência ao trabalho de parto possibilita uma reorganização das equipes e permite mais segurança para a realização de partos vaginais”, afirma o diretor superintendente do Hospital Israelita Albert Einstein, Miguel Cendoroglo Neto.

“O Projeto Parto Adequado é um movimento de líderes brasileiros que estão profundamente comprometidos com o bem-estar de mães e recém-nascidos. Mantendo sempre os pacientes no centro da tomada de decisões, eles estão utilizando métodos de melhoria para transformar uma realidade de longa data com impacto em milhares de vidas para atingir um melhor presente, procurando abordar simultaneamente os três lados do Triple Aim – melhor experiência do cuidado, melhor saúde populacional e custos sustentáveis. Admiramos profundamente todos os indivíduos e as instituições participantes do projeto por terem ousado desafiar uma norma e por terem começado a moldar um futuro onde suas experiências mostraram aos outros o que é possível”, destaca Pedro Delgado, diretor-executivo e coordenador regional do IHI na América Latina e Europa. “A fase 1 é apenas o começo – à medida que aumentamos a escala do esforço durante a fase 2 para mais 150 instituições durante os próximos dois anos, teremos novos objetivos ousados a serem alcançados a serviço das mães e recém-nascidos – e os resultados terão um impacto positivo em gerações futuras”, completa.

Para conhecer mais sobre o projeto, basta acessar o link http://www.ans.gov.br/gestao-em-saude/projeto-parto-adequado e conferir todas as informações.

 

Com informações do site da ANS