27 de abril de 2020
Maternidade após os 40 anos aumenta no Brasil
Para algumas pessoas, é um projeto de vida, para outras, acontece por acaso. No entanto, o que não se pode negar é que, a cada ano, o número de mulheres que se tornam mães após os 40 anos aumenta. De acordo com pesquisa divulgada pelo Datasus, no Brasil, nas últimas duas décadas, o número de mulheres que foram mães após os 40 anos aumentou cerca de 49%. Já na faixa etária de 30 e 39 anos, o aumento de foi de 61,4%.
O adiamento da maternidade é uma tendência que vem se destacando em todo o mundo. Com a evolução da medicina e o avanço nos processos de fertilização, a gestação tardia torna-se uma opção. As mulheres deixam de ver a gravidez como uma obrigação e podem postergar a decisão até decidirem qual é o melhor momento em suas vidas para se tornarem mães. Mas é importante lembrar que, com a idade, alguns fatores se tornam de risco e, por isso, o ideal é conversar com um médico ginecologista, fazer acompanhamento e solicitar exames para constatar a situação física.
De acordo com o Serviço de Medicina Fetal do Instituto Nacional de Saúde da Mulher, da Criança e do Adolescente Fernandes Figueira (IFF/Fiocruz), uma gestação em uma mulher com mais de 40 anos é sempre considerada de alto risco, pois existe a possibilidade de ela ser mais propensa a doenças pré-existentes que podem complicar a gravidez, como obesidade, hipertensão arterial, diabetes, doenças da tireoide, entre outras.
Quem passa pela maternidade tardia pode correr maiores riscos de aborto espontâneo, diabetes gestacional, pré-eclâmpsia, parto prematuro, anomalias placentárias, gestação múltipla, natimortalidade e crescimento intrauterino restrito.
Idade x fertilidade x tratamentos para engravidar
Após os 35 anos, as chances de engravidar começam a se reduzir e, por isso, muitas mulheres recorrem ao congelamento de óvulos, aumentando suas chances no futuro, se houver a necessidade de fertilização in vitro (FIV) ou inseminação artificial.
A reprodução assistida costuma ser indicada quando a mulher não consegue engravidar após um ano de tentativas, sem o uso de nenhum método contraceptivo.
Você sabe a diferença entre fertilização in vitro e inseminação artificial?
A FIV é realizada em laboratório controlado e, uma vez formado o embrião, ele é inserido no corpo da mãe. Já na inseminação artificial, a fertilização ocorre de forma intrauterina, com o sêmen introduzido no útero da mulher no dia da ovulação.
Gestação tardia e maturidade
No estudo “A Multiplicidade de Papéis da Mulher Contemporânea e a Maternidade Tardia”, publicado pela revista da Sociedade Brasileira de Psicologia, sentimentos como medo, insegurança e possíveis dúvidas em relação à maternidade tardia foram observados. Em contrapartida, apesar dos riscos médicos ocasionados pela idade e acúmulo de tarefas dessas mulheres, as gestantes ouvidas na pesquisa tinham maiores condições sociais, financeiras e emocionais para se tornar mãe.
Esse estudo também mostra que a mulher contemporânea assumiu novos papéis e a diferente configuração da sociedade trouxe mudanças não somente na sua rotina, mas também nos seus planos de vida. A maternidade tardia tornou-se uma opção viável para mulheres que têm relações estáveis com seus parceiros, e para as que desejam embarcar no projeto da maternidade solo.
Também se nota uma visão mais responsável da maternidade em mulheres que optam pela gestação tardia, segundo o estudo. Existe mais maturidade em lidar com os problemas do cotidiano, maior paciência e ponderação e menos atitudes impulsivas.
Com Unimed do Brasil