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31 de agosto de 2017

Duas décadas sem Moacir Dantas: uma homenagem a quem muito fez pelo cooperativismo

No próximo dia 02 de setembro, familiares e amigos lembram a memória do médico Moacir Dantas, que foi presidente da Unimed João Pessoa no período de 11 de janeiro de 1976 a 15 de fevereiro de 1978. Radiologista formado pela Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), iniciou suas atividades profissionais na cidade de Teixeira, no sertão da Paraíba. Foi diretor do Hospital Regional de Patos e superintendente do Núcleo Regional de Saúde daquela cidade.

Em João Pessoa, para onde se mudou em 1972, foi membro do Conselho Regional de Medicina (CRM), diretor Executivo da Fundação de Saúde do Estado em duas gestões. Foi o segundo presidente da Unimed João Pessoa. Ocupou outros cargos em diversas gestões. Faleceu em 2 de setembro de 1998.

E como forma de homenagear a memória de alguém que tanto contribuiu com o desenvolvimento do cooperativismo, o presidente da Unimed Norte/Nordeste, Reginaldo Tavares de Albuquerque, faz questão de compartilhar o emocionante relato feito por Moacir Dantas Júnior, filho do seu saudoso amigo e com quem também dividiu muitas lutas em favor do Sistema Unimed.

 

Cooperativista até o ultimo ato

Há vinte anos, no dia 2 de setembro, em uma manhã quente e ensolarada no Recife, meu pai faleceu. Ele sempre citava a um poeta e dizia que nem a morte tira de nos aquilo que amamos, ao contrario, ela os guarda para nós e os imortaliza na lembrança.

Hoje escrevo estas linhas com a tentativa de descrever sua trajetória e render uma merecida homenagem.

Há  46 anos atrás juntamente com o seu fiel amigo Alberto Urquiza Wanderley e demais companheiros, fundou a Unimed Joao Pessoa.

Foi o segundo Diretor-Presidente da UNIMED quando a cooperativa ainda dava seus primeiros passos e desde então participou ativamente de todas as Diretorias.

Profundo conhecedor do sistema cooperativista preparava com entusiasmo as futuras recepcionistas e faturistas do sistema Unimed destacando sobremaneira os princípios éticos e filosóficos que norteia a politica cooperativista.

Ofereceu a Unimed seus melhores anos de trabalho. Foram 27 anos de dedicação.

Dois dias antes de sofrer um infarto agudo do miocárdio que o levaria à morte, estava em uma reunião da Diretoria da Unimed. Morreu trabalhando e lutando pelas ideias que defendeu durante muitos anos de sua vida: cooperativismo médico como uma pratica humanista.

Por isso, a Diretoria Executiva junto ao Conselho de Administração (Conad) resolveuhomenageá-lo com o Hospital Moacir Dantas. A unidade tem o foco voltado para o atendimento clínico e ambulatorial.Durante a inauguração solene do hospital em abril de 2013, o ex Presidente da Unimed Alexandre Magno ressaltou:¨ Ele não está mais presente, mas precisamos dele para resgatar os princípios e valores do cooperativismo , que estão um pouco esquecidos por causa dessa mecanização no atendimento¨.

De origem pernambucana, era paraibano de coração. Fez o primário em Tabira, o Ginásio em Caruaru e estudou no Colégio Nóbrega em Recife. Estudou Medicina, no velho casarão do Bairro do Derby, a margem do Rio Capibaribe. Foi trabalhar em Teixeira e logo removido para Patos .Clinicou e foi Diretor do Hospital Regional de Patos y professor de Biologia do Colégio Estadual e por  fim o Governador Ernani Sátyro levou-o para Joao Pessoa. Foi Secretário de Saúde e Presidente da antiga Fundação de Saúde do Estado da Paraíba ( Fusep). Frequentou  o serviço de Radiologia da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo  e foi membro da Sociedade Paulista de Radiologia.

Associou-se a ClínicaRadiológica da Paraíba e foi  diretor-administrativo. Foi radiologista do INAMPS ,Interventor Estadual do Hospital São Vicente de Paula e chefe dos serviços de Radiologia do Hospital Edson Ramalho e do Hospital Universitário da UFPB.

Mesmo tendo assumido tantos cargos, nada mudou, continuou sendo o homem simples e modesto.

Além destas qualidades, meu pai era reservado, patriarca, justo, serio e amigo. Com certeza sua maior virtude era a de servir tendo sempre em mente que os princípios morais são o motor da atividade profissional.

Por toda sua trajetória, por tantas lembranças queridas, meu sentimento pela sua morte não é de perda, é de saudade mesmo. É de reconhecimento de ser uma privilegiada por te sido sua filha.

Finalizo esta homenagem ao meu pai com a frase de Ariano Suassuna: Tenho duas armas para enfrentar a tristeza e a morte: o riso a cavalo e o galope do sonho.

 

*Fátima Dantas de Arosemena (Fonoaudióloga)