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11 de agosto de 2017

Pondé diz que não há fórmula pronta para comportamento ético nos dias de hoje

Uma plateia muito atenta. Foi a que encontrou o escritor e ensaísta Luiz Felipe Pondé, tido como um dos grandes filósofos do país na atualidade, em sua palestra no segundo dia de Convenção Norte/Nordeste.  Tendo como tema central “Tensões éticas e contemporâneas”, ele discorreu sobre as definições do conjunto de valores, exemplificando com situações típicas do cotidiano e outras que farão parte dos debates futuros, advertindo quanto a necessidade de se evitar fórmulas prontas para o agir ético, inclusive nas empresas.

Alertando que sua fala não seria uma fórmula com dicas do que fazer para ser ético, o palestrante iniciou explicando que ética é um conceito e um valor público, da qual as pessoas não podem se auto declarar como portador desta virtude. Em primeira definição é uma ciência prática, reconhecida por um grupo determinado, também um tipo de comportamento universal que deve valer para todos e, à luz do utilitarismo, algo que proporciona bem-estar aos outros.

Ao discorrer propriamente das tensões éticas, Pondé as resumiu na postura de competitividade (pressão da produtividade) com a ideia de não se pode parar nunca; também o que chamou de judicialização dos vínculos, que criaria paranoia no convívio das pessoas; o acúmulo de informações, que provoca ansiedade e as questões que envolvem a ciência/modernização. “Uma das características de nosso tempo é viver em tensão. Vivemos uma época de valores e visões de mundo estão pressionadas pelos constantes avanços”, declarou o filósofo.

Podé disse, ainda, que é preciso olhar a realidade como ela é, alerta que a modernidade destrói a cordialidade. Apesar do suposto olhar pessimista, que vê o mundo narcisista, onde a mesma sociedade que produz longevidade, reduz o número de crianças e ainda pressiona os jovens com expectativas exageradas, deixando-os mais irritados, inseguros e ansiosos, não acredita no fim completo da raça humana. “Vamos no readaptar”.